quinta-feira, 30 de junho de 2022

ESG é oportunidade para empresas e profissionais de Relações com Investidores, aponta estudo da Deloitte com o IBRI

•          Pesquisa mostra que grande maioria (87%) das empresas listadas em Bolsa aumentou o envolvimento e o conhecimento em ESG e discute questões sociais ou ambientais nas reuniões do Conselho de Administração;

•          Ambiental, Social e Governança (ESG, na sigla em inglês) oferece oportunidades de liderança e protagonismo para as empresas e profissionais de RI (Relações com Investidores);

•          A padronização de indicadores ESG é vista como importante desafio para as organizações, frente às crescentes necessidades regulatórias e de mercado;

•          Com aumento expressivo de investidores pessoa física, empresas pretendem expandir sua comunicação em canais mais abrangentes, como mídias sociais, para alcançar um público mais diverso.

São Paulo, junho de 2022 – A pauta da temática Ambiental, Social e Governança (ESG, na sigla em inglês) é vista como oportunidade de liderança e protagonismo para empresas e profissionais de RI (Relações com Investidores); contudo, somente 37% das organizações têm especialistas no assunto na área de RI e apenas 17% pretendem contratar alguém com esse perfil em 2022. É o que revela a pesquisa “Contexto, mensagem e jornada ESG - Criação de valor pelos RIs”, elaborada pela Deloitte, maior organização de serviços profissionais do mundo, junto com o IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores).

O estudo, realizado com 63 empresas, das quais 73% são listadas em Bolsas de Valores no Brasil ou no exterior, mostra ainda que a padronização de indicadores ESG é um importante desafio para as organizações, frente às crescentes necessidades regulatórias e de mercado. Também destaca que, com aumento expressivo de investidores pessoa física nos últimos três anos, as empresas pretendem expandir sua comunicação para canais mais abrangentes, como mídias sociais, a fim de alcançar um público cada vez mais pulverizado e diverso.

Maior liderança das empresas e protagonismo dos RI nas questões ESG

Segundo a pesquisa, entre as oportunidades para as empresas do País no cenário global atual, 68% indicaram liderança em questões ESG, 56% mencionaram a atração de investidores internacionais e 48% destacaram o ambiente de trabalho híbrido. Para o profissional de RI, a pauta ESG também oferece a oportunidade de maior protagonismo (70%). Os profissionais também identificaram oportunidades de maior governança (65%), amadurecimento da gestão de crises (51%) e adoção de novas tecnologias para acompanhamento do desempenho da empresa (51%).

“A pauta ESG é vista como o grande vetor de oportunidades para as empresas, o que revela que as organizações estão dispostas a abordar esse tema não como um entrave regulatório, mas sim como algo estratégico na direção da geração de valor para o seu negócio. Uma parcela importante de investidores e consumidores busca cada vez mais o alinhamento da temática aos objetivos centrais das empresas. Apesar da relevância do assunto, ainda temos um caminho a percorrer: maior entendimento quanto aos impactos sociais e ambientais às cadeias de produção, estabelecimento de métricas e avanços em termos de padronização e transparência de dados são fatores essenciais para uma melhor comparabilidade, análise e tomada de decisão de investimentos”, afirma Reinaldo Oliari, sócio de Audit & Assurance da Deloitte.

Embora parcela importante do mercado brasileiro tenha assimilado a necessidade de alinhamento entre a temática ESG e a estratégia dos negócios, de acordo com a pesquisa, é necessário aperfeiçoar ações concretas que possam ser mensuradas e avaliadas. Por isso, 80% das empresas pretendem criar um relatório com indicadores ESG ou melhorar o já existente. Entre os desafios no desenvolvimento disso, estão a falta de padronização dos dados (51%), a falta de equipe especializada (27%), a falta de ferramentas para coleta de informação (27%) e a materialidade financeira de métricas (27%).

Os pilares Ambiental (78%) e de Governança (77%) têm mais indicadores definidos pelas companhias de capital aberto do que o pilar Social (67%). O envolvimento de diferentes áreas, métricas e métodos entre os pilares ESG desafia a padronização e a consolidação de informações, que é feita principalmente de forma manual. Apenas 3% das empresas de capital aberto pesquisadas adotam um software padrão para essa função.

Comunicação para disseminar práticas de ESG

Em geral, as empresas pesquisadas contam fortemente com o apoio de ações de comunicação para reforçar e disseminar as práticas de ESG da organização, principalmente na definição de métricas e indicadores de desempenho (90%), na incorporação de valores ESG à identidade corporativa (79%) e no apoio a ações em ESG junto a colaboradores (72%).

Assim, além do relatório de ESG, o website de RI (65%) também será foco de criação ou melhoria, na busca das empresas por trazer mais funcionalidades e interatividade com os investidores, acompanhando a linguagem das redes sociais e das plataformas de comunicação instantânea. Outras fontes de informação destacadas foram relatório anual integrado (59%), release de resultados (52%), relatório de gestão de riscos (50%), apresentações (50%), podcast de resultados (35%) e demonstrações financeiras (30%).

Maior envolvimento da área de RI nos temas ESG

A pesquisa mostra que 87% das empresas listadas aumentaram o envolvimento e o conhecimento da área de RI nos temas ESG nos últimos 12 meses e discutem questões sociais ou ambientais nas reuniões de Conselho de Administração. Já 60% esperam aumentar o orçamento destinado a ESG para 2022. Contudo, as empresas pesquisadas demonstraram ainda enfrentar gargalos na incorporação de profissionais especializados, seja na área de RI ou no Conselho de Administração. Somente 37% tem algum especialista de ESG na área de RI e apenas 17% pretendem contratar um profissional com esse perfil em 2022. Já 38% têm pelo menos um membro do Conselho com experiência na gestão de questões ESG.

“A pauta ESG já figura fortemente na agenda do Conselho das organizações e na função de RI, e deve ganhar cada vez mais importância nas decisões, desde a revisão do propósito da Empresa, na definição clara dos objetivos/metas para serem atingidas e reportá-las. O desafio agora é aprimorar a sinergia entre as áreas e a estruturação de pessoal e processos para o atendimento a essas demandas”, destaca Alex Borges, sócio de Regulatory Support & Strategic Risks da Deloitte.

Cresce participação do líder de RI nas decisões estratégicas da empresa

A estruturação da área de RI, considerando procedimentos, políticas e definição de papéis e responsabilidades, é o principal desafio (50%) entre as empresas listadas. Na sequência, destaque para a comunicação inovadora, disruptiva e diferenciada (38%), além da necessidade de maior interação com investidores (38%).

Quase metade das empresas (49%) viram aumentar, no último ano, a participação do líder de RI nas decisões estratégicas da empresa. Em reforço à posição estratégica crescente que essa função tem adquirido nas organizações, 76% das empresas listadas afirmaram que a capacidade de influência no mercado acerca da estratégia da empresa é uma habilidade importante para definir uma liderança de RI bem sucedida. Em seguida, vem relacionamento interpessoal e trabalho em equipe (51%). 

A formação multidisciplinar do RI (73%) é uma demanda importante para o desenvolvimento desse profissional, a fim de prepará-lo para um mercado multifacetado, dinâmico e diverso. Além dos temas usuais de negócios, devem fazer parte do currículo continuado do RI tópicos como finanças, comunicação, inteligência de mercado e compliance, para que esses profissionais possam responder ao cenário atual e ao futuro.

 O impacto do crescimento do investidor pessoa física no mercado de capitais

A pesquisa mostra ainda que, com o aumento expressivo de pessoas físicas na Bolsa de Valores nos últimos anos e o maior impacto desse grupo no valuation das organizações, 86% das empresas listadas identificaram a necessidade de intensificar novas formas de comunicação adaptadas para esse público.

“Embora os agentes institucionais tenham maior relevância entre os acionistas das organizações, o volume, a capilaridade e a diversidade de investidores pessoa física fazem com que esse grupo seja visto como cada vez mais influente sobre o valor da empresa. A chegada de novos investidores na Bolsa traz uma sinalização importante quanto aos avanços e o fortalecimento do mercado de capitais brasileiro, bem como reflete a mudança geracional de nossa sociedade. Por outro lado, reforça a necessidade das companhias se estruturarem para o atendimento do novo público e o desafio se torna maior ainda para profissionais de Relações com Investidores, pois precisarão ter ferramentas e meios específicos para se comunicarem com o investidor individual sem deixar de lado o institucional”, declara Rodrigo Luz, membro do Conselho de Administração do IBRI.

“Comunicação segmentada para diferentes públicos é o caminho para redução da assimetria informacional”, conclui Rodrigo Luz.

Entre os meios de comunicação com investidores privilegiados pelas companhias abertas participantes, destacam-se as conferências e roadshows virtuais (70%), que cresceram na pandemia e se consolidaram como um meio de reporte mais acessível e prático tanto para as empresas quanto para os acionistas. Também citaram o website de RI (70%) e conteúdo em vídeo no site de RI (48%). Nesse sentido, as ferramentas tecnológicas de comunicação devem ser mantidas ou ampliadas, especialmente aquelas mais dinâmicas e com o reporte em tempo real de resultados.

Embora o website de RI se mantenha importante, a tendência mapeada pela pesquisa para os próximos meses aponta também a ampliação do uso de lives e teleconferências. A comunicação via LinkedIn deve ganhar relevância. Já a utilização de e-mails tende a diminuir.

Conhecer o investidor para comunicar melhor

Com as plataformas de automação de marketing e monitoramento de redes digitais e notícias, as empresas listadas devem ainda ampliar a adoção de mecanismos que as permitirão conhecer e se comunicar melhor com investidores – especialmente as pessoas físicas, que têm um perfil diverso e pulverizado, utilizando análise de métricas de comunicação (41%), monitoramento de redes sociais e notícias (39%) e personalização da comunicação (39%).

Metodologia e amostra

A pesquisa “Contexto, mensagem e jornada ESG - Criação de valor pelos RIs” foi elaborada com base em questionário on-line, entre abril e maio de 2022. Participaram do estudo 63 empresas, entre as quais 73% estão listadas em Bolsas de Valores, no Brasil ou no exterior, e 56% têm receita líquida acima de R$ 1 bilhão. Entre os respondentes, 83% ocupam cargos executivos e 43% atuam na área de Relações com Investidores. Participaram do levantamento empresas dos setores de infraestrutura e construção (29% da amostra), serviços (25%), atividades financeiras (13%), construção e serviços da construção (11%), agronegócio, alimentos e bebidas (8%), manufatura (6%), metalurgia e siderurgia (5%) e comércio (3%).

Acesse a pesquisa na íntegra:  https://pesquisas.lp.deloittecomunicacao.com.br/ibri-2022

Sobre a Deloitte

A Deloitte é a maior organização de serviços profissionais do mundo, com 345 mil profissionais, gerando impactos que realmente importam em mais de 150 países. Com 177 anos de história, oferece hoje serviços de auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos e consultoria tributária para clientes públicos e privados dos mais diversos setores. No Brasil, onde atua desde 1911, a Deloitte é líder de mercado, com 6.000 profissionais e operações em todo o território nacional, a partir de 15 escritórios. Para mais informações, acesse: www.deloitte.com.br.

A Deloitte refere-se a uma firma-membro da Deloitte, uma de suas entidades relacionadas, ou à Deloitte Touche Tohmatsu Limited (“DTTL”). Cada firma-membro da Deloitte é uma entidade legal separada e membro da DTTL. A DTTL não fornece serviços para clientes. Por favor, consulte www.deloitte.com/about para saber mais. A Deloitte é líder global em auditoria, consultoria empresarial, assessoria financeira, gestão de riscos, consultoria tributária e serviços correlatos. Nossa rede de firmas-membro, presente em mais de 150 países e territórios, atende a quatro de cada cinco organizações listadas pela Fortune Global 500®. Saiba como os 345.000 profissionais da Deloitte impactam positivamente seus clientes em www.deloitte.com

Sobre o IBRI:

O IBRI é uma entidade sem fins lucrativos, criada em 05 de junho de 1997 com o objetivo de valorizar o papel da comunidade de profissionais de Relações com Investidores no mercado de capitais brasileiro.



Assessoria de Comunicação do IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores)

www.ibri.com.br

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