domingo, 26 de julho de 2009

Digital divulga vencedores do prêmio de transparência em sustentabilidade

A Digital Assessoria divulga as companhias vencedoras do prêmio transparência em sustentabilidade de acordo com estudo da consultoria Management & Excellence. Os vencedores foram apresentados em evento realizado pelo IBRI (Instituto Brasileiro de Relações com Investidores).
Segue cobertura da revista Razão Contábil a respeito.

.http://www.revistarazao.com.br/index.php?codid=1124


26 de julho de 2009

Transparência, a chave da confiançaItaú Unibanco e Bradesco lideram ranking do estudo da Management & Excellence, seguidos por CPFL, Copel, Petrobras e Vale

POR CLAUDIA IZIQUE

A crise que se abateu sobre o mercado em setembro do ano passado deixou, além de algumas sequelas, uma certeza: a transparência é, definitivamente, a base da confiança e da competitividade das empresas. O ranking das 53 companhias brasileiras analisadas pelo estudo Transparência em Sustentabilidade nas Empresas do Ibovespa 2009, realizado pela consultoria Management & Excellence (M&E) e publicada por Razão Contábil, pelo terceiro ano consecutivo, são uma prova concreta dessa constatação. Para aproximar ainda mais o retrato obtido pelo estudo da realidade vivida pelas empresas, a M&E decidiu, neste ano, incluir critérios de transparência na divulgação de fatores de riscos financeiros. Dois bancos – Itaú Unibanco e Bradesco – ficaram com o primeiro lugar; no segundo e terceiro lugares estão duas distribuidoras de energia elétrica – CPFL e Copel, respectivamente; o quarto lugar ficou com a Petrobras; e o quinto, com a Vale.A classificação foi feita com base na análise de 117 critérios distribuídos em três áreas – responsabilidade social corporativa, governança corporativa e sustentabilidade –, baseando-se, principalmente, em indicadores do Global Reporting Initiative (GRI). Também foram consideradas as referências do Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE), Dow Jones, Global Compact, Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), entre outros. As análises levaram em conta informações divulgadas por meio de websites, relatórios anuais de sustentabilidade e documentos sobre políticas para empregados, clientes, fornecedores, contribuições culturais, projetos para a comunidade, governança corporativa, dados sobre o mercado, desempenho financeiro, de gestão ambiental e informações relacionadas.A cada um dos critérios foram atribuídas pontuações em percentuais, num limite de 100%, de acordo com o nível de aderência da empresa aos quesitos analisados. A média do ranking geral foi de 69,89%. Os dois bancos que encabeçaram o ranking obtiveram, nas três áreas, um percentual médio de 98,29%. No estudo de 2008, o Bradesco e o Itaú – antes da fusão com o Unibanco – já tinham dividido o primeiro lugar, com um percentual médio de 99,36%. Itaú Unibanco e Bradesco também têm em comum o fato de terem ações listadas no ISE, da Bovespa, e no Dow Jones Sustainability World Index, da Bolsa de Nova York.Bradesco: controle e uniformidadeO Bradesco, com 40,6 milhões de clientes e R$ 454 bilhões em ativos em 2008, tem 65 anos de história. O banco abriu seu capital em 1946 e, desde então, tem como premissa de atuação a criação de valor para os diversos públicos, o investimento em tecnologia, a conduta ética e o respeito ao meio ambiente. O estudo da M&E identificou que o Bradesco “considera prioritário assegurar o controle, uniformidade e transparência na divulgação de todas as informações internas e externas, de modo completo, preciso, oportuno e compreensível”.No ano passado o banco reviu seu Código de Ética e criou Códigos de Ética Setoriais, com o objetivo de definir padrões de conduta para diversas áreas; e iniciou o Ciclo Bradesco de Diálogos com Stakeholders. As atividades de Responsabilidade Social e Ambiental foram, desde 2007, unificadas no Banco do Planeta, iniciativa que “visa criar novos produtos e serviços focados na sustentabilidade, além de fomentar uma relação de total harmonia com o meio ambiente entre funcionários, clientes, acionistas e fornecedores”, conforme explicou Lázaro de Mello Brandão, presidente do conselho de administração do Bradesco, no Relatório Anual de 2008.A Fundação Bradesco, um dos maiores programas sócio-educacionais privados do País, é o principal pilar da ação social do Bradesco, superando, no ano passado, 518 mil atendimentos. “A sólida estrutura de controles internos que protege a Organização Bradesco em todas as suas áreas de atuação não nos torna imunes a turbulências do mercado, mas nos dá a necessária segurança de continuidade e de preservação, em sua essência, dos planos traçados para o futuro”, segundo o relatório.De acordo com o estudo, o Bradesco deixou de cumprir apenas dois critérios no conjunto de requisitos analisados: a existência de um mínimo de 20% de membros independentes na composição de seu conselho de administração; e não ter um profissional de relações públicas dentro da área de relações com investidores (RI). “Esse fator não ofusca, no entanto, o fato de que o Bradesco, desde suas origens, vem aperfeiçoando suas práticas de governança, buscando excelência da qualidade de gestão e a satisfação e estreito relacionamento com seus acionistas, investidores, clientes, fornecedores, funcionários, comunidades e demais stakeholders, com foco voltado para a sustentabilidade”, ressalvam os autores do estudo.Itaú Unibanco: controles internosO Itaú Unibanco, juntos desde o ano passado, é hoje o maior banco do Hemisfério Sul e um dos 20 maiores do mundo. São, ao todo, 57,7 milhões de clientes e 4,6 mil agências e postos bancários. Os dois bancos, fundidos, herdaram a tradição das instituições que lhes deram origem, alinhando-se às melhores práticas de governança corporativa e prestação de contas ao mercado. O próprio processo de fusão colocou os princípios da transparência em evidência: formalizada a aliança, os profissionais das duas instituições receberam, no mesmo dia, mensagens de seus respectivos presidentes e o banco manteve seus clientes informados, por meio de mala-direta, e-mail, informe em agências, sites ou por intermédio dos próprios gerentes.De acordo com o banco, a transparência na prestação de contas ao mercado apóia-se na adesão ao Nível I de governança corporativa da Bovespa e à lei americana Sarbanes-Oxley, que exige a adoção de uma série de procedimentos de controles internos e gestão de riscos. A política de divulgação inclui a publicação de resultados trimestrais e de informativos, além da realização de conferências, road shows e reuniões públicas e periódicas com analistas. O banco adota procedimentos para assegurar a conduta ética de seus colaboradores e parceiros, incluindo políticas de controles internos, de relação com investidores, de segurança da informação e de prevenção à lavagem de dinheiro, entre outras. Os colaboradores do conglomerado participam, periodicamente, de treinamentos sobre esses procedimentos e os princípios éticos a serem seguidos no dia-a-dia das operações. Em 2008, cerca de 40 mil colaboradores do Itaú Unibanco passaram por treinamentos sobre políticas e procedimentos anticorrupção.Dos 117 critérios avaliados no estudo, o Itaú Unibanco afirmou não realizar dois deles: o controle do impacto negativo de sua atividade sobre a biodiversidade e as atas das reuniões dos comitês do conselho administrativo. “É bem verdade que o Itaú Unibanco, ciente de que as instituições financeiras também geram impactos relacionados ao consumo de recursos naturais em suas operações rotineiras, está atento aos impactos ambientais de suas atividades, especialmente à geração de gases poluentes no transporte de pessoas e de valores, para os quais já possui práticas de mitigação; contudo, não estendeu, até o momento, tal atenção à questão da biodiversidade”, avalia o estudo. Quanto às atas das reuniões dos comitês, o estudo ressalva que apenas uma das 53 empresas avaliadas afirmou divulgá-las.CPFL Energia: rede éticaA CPFL, com uma pontuação média de 94,02% nos três fatores analisados pelo estudo, “adota práticas diferenciadas de governança corporativa, baseadas nos princípios de transparência, equidade, prestação de contas e responsabilidade corporativa, alinhadas com as melhores práticas existentes no Brasil e exterior”, informa a empresa. Os papéis da companhia são listados no Novo Mercado da Bovespa e na Bolsa de Nova York.A empresa mantém vários canais de comunicação com os stakeholders, por meio do site – portais para clientes, fornecedores, o programa Ética em Rede, e o portal Sustentabilidade, entre outros – produz um jornal para fornecedores e mantém um contact center. O relacionamento com colaboradores também é estreito e inclui, entre outras ações, o Café com o Presidente. A empresa conta, ainda, com um canal para recebimento de reclamações e/ou denúncias relativas a informações financeiras, publica relatórios anuais de acordo com as diretrizes do GRI e faz a divulgação de demonstrações financeiras segundo padrões contábeis brasileiros e americanos.As práticas de governança também são reconhecidas internacionalmente. A International Finance Corporation (IFC), agência do Banco Mundial, concedeu à empresa o prêmio Client Leadership, o primeiro conquistado por uma companhia brasileira, como reconhecimento aos compromissos com a excelência na gestão, práticas diferenciadas de governança e sustentabilidade dos negócios. “Esses reconhecimentos destacam e fortalecem o posicionamento da CPFL Energia no mercado brasileiro, além de inspirar as futuras ações e iniciativas alinhadas a um plano de negócios consistente, orientado para a ampliação da presença da companhia no mercado brasileiro de energia elétrica”, afirmou Luiz Aníbal de Lima Fernandes, presidente do conselho de administração da empresa, no Relatório de Atividades de 2008.A empresa formou, ainda, a Rede Ética, constituída por um grupo de colaboradores indicados por gestores para formarem a “inteligência ética” da companhia e apoiar a gestão e sua implantação na empresa. De acordo com o estudo, a CPFL perdeu pontos por não divulgar as atas das reuniões de seu Comitê de Ética, apesar de possuir um portal na internet.Copel: clima e comunicaçãoA Copel recebeu uma pontuação média de 91,45% nas três áreas analisadas pelo estudo. A empresa paranaense tem a sustentabilidade como foco de sua gestão empresarial. Para 2009, estabeleceu como meta a verificação externa de todos os seus dados socioambientais para assegurar mais transparência e credibilidade às informações relatadas.Em 2008, a empresa promoveu workshops para avaliação de sua gestão e identificação de pontos prioritários para a melhoria de processos e práticas, cujos resultados foram amplamente comunicados pela diretoria aos funcionários. Mantém um Canal Fale Conosco por meio do qual responde prontamente os questionamentos que é cada vez mais utilizado. Realiza, anualmente, a Pesquisa de Clima Organizacional que permite à empresa avaliar desempenho corporativo e, no âmbito do Programa de Promoção da Diversidade, estabelece diálogos com grupos que demandam necessidades específicas. Os temas mais críticos apontados pela pesquisa da M&E são a inadequação da estrutura física e arquitetônica e a falta de materiais audiovisuais para deficientes.A empresa também disponibiliza um canal para diálogo com fornecedores em toda a área de concessão, por meio do qual, além de questões relativas, por exemplo, à gestão de contratos, também trata dos conceitos básicos da sustentabilidade. Os investidores e acionistas têm acesso às informações da empresa por meio do website, e-mails e uma central telefônica 0800, além de publicar informativos e relatórios encaminhados aos profissionais de mercado. A empresa adota um código de ética que se aplica ao conselho de administração, ao conselho fiscal, à diretoria e aos empregados.Petrobras: preocupação socioambientalA Petrobras foi a quarta colocada, com uma pontuação de 90,60%. A empresa declara que se compromete a estimular a comunicação aberta, constante e abrangente com todas as partes interessadas, pautando-se pela ética nos negócios, na liderança pelo exemplo, e na transparência nas relações com acionistas, empregados, comunidades e demais públicos de interesse.Transparência, segundo a empresa, é manter a opinião pública informada sobre qualquer ocorrência que ameace a segurança e a saúde da comunidade, ou que possa causar danos ao meio ambiente.Em 2008, por exemplo, a empresa investiu R$ 1,97 bilhão em preservação do meio ambiente, evitando a emissão de 680 mil toneladas de dióxido de carbono equivalente. Até 2013, a meta é evitar 4,5 milhões de toneladas de emissões de gases de efeito estufa.O seu Balanço Social e Ambiental 2008, divulgado em junho, destaca o desenvolvimento de projetos que contribuem para a redução das desigualdades sociais e minimizam o impacto de sua atividade sobre o meio ambiente. No ano passado, a empresa realizou o Censo para a Diversidade Petrobras, do qual participaram 61,3% de seus mais de 51 mil empregados. Também promoveu mais de 500 reuniões e conference calls com investidores, participou de 40 conferências no exterior e realizou 20 visitas a investidores. Cerca de 80 mil pessoas estiveram em palestras promovidas pela empresa no Brasil e no exterior. A Petrobras mantém diálogo com clientes, por meio do Canal Cliente, uma área do site utilizada para pedidos, agendamento de retiradas, acompanhamento on-line do processo comercial, entre outros.Vale: diálogos com a comunidadeNa Vale, as decisões são pautadas pelo diálogo com os diferentes públicos: empregados, acionistas, investidores, clientes, fornecedores, setor público, sindicatos, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e sociedade civil. Para uma mineradora, a relação com a comunidade e as ONGs é particularmente estratégica, já que a sua atividade envolve o uso de terras e recursos e a interferência da empresa, em determinada área, começa antes mesmo da implantação dos projetos.Em todo o mundo, atividades como a mineração necessitam da chamada “licença social” para operar. Além disso, a legislação ambiental prevê a realização de audiências públicas nas comunidades envolvidas. Em alguns países – como Moçambique, na África, onde a empresa realizou estudos de viabilidade para a exploração do carvão mineral – há, ainda, a necessidade de engajamento de líderes comunitários e a exigência de expressar-se nos dialetos e idiomas regionais. “Nos territórios onde operamos, existem canais e instrumentos de diálogo que têm por objetivos integrar, aproximar, promover o esclarecimento e o entendimento, e encaminhar questões levantadas pelas comunidades”, afirma o Relatório Anual da Vale. Os projetos de comunicação contínua entre a empresa e as comunidades estão agrupados no programa Vale Comunidade.As implicações da sustentabilidade do negócio são amplas e envolvem responsabilidade social e ambiental, além de um relacionamento estreito entre todos os parceiros. A Fundação Vale, por exemplo, desenvolve programas em parceria com ONGs, setores do poder público e sociedade civil, visando o desenvolvimento econômico, ambiental e social das localidades onde atua.A empresa busca reduzir o impacto de sua atividade sobre o meio ambiente. Em junho, anunciou um projeto de produção de biodiesel para abastecer suas operações e projetos na região Norte do Brasil, a partir de 2014, de acordo com sua assessoria de comunicação. Utilizará como matéria-prima o óleo de palma, produzido por um consórcio formado entre a Vale e Biopalma da Amazônia S.A. Este projeto está em linha com a estratégia da Vale de diversificar e otimizar sua matriz energética, por meio da maior utilização de carvão térmico, combustíveis renováveis e gás natural.A empresa possuiu um Comitê de Governança e Sustentabilidade, assessor do conselho de administração, que adotou um código de conduta ética formal que se aplica a todos os conselheiros, diretores e empregados.

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